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AbsorçãoDistribuiçãoMetabolismoEliminação

 

Absorção:

A absorção do chumbo vai depender da forma em que este se encontra, orgânica ou inorgânica.

 

 

Chumbo inorgânico

O chumbo inorgânico é absorvido por via gastrointestinal sendo altamente influenciado por vários fatores:

  • Idade - crianças absorvem cerca de 40% do chumbo ingerido, adultos apenas 5-10%;

  • Estado de alimentação – em jejum o chumbo é mais largamente absorvido;

  • Dieta - dietas hipercalóricas; fósforo, cobre, zinco e, especialmente, o cálcio e ferro afetam a absorção de chumbo (principalmente em crianças);

  • Solubilidade – compostos de chumbo solúveis são mais facilmente absorvidos;

  • Tamanho da partícula – estudos efetuados em ratos demonstraram que a absorção de chumbo pela via gastrointestinal parece ser inversamente proporcional ao tamanho da partícula.

(Klaassen, Curtis D., 2008; WHO-IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

 

A absorção de chumbo pelos pulmões – via pulmonar – é a mais associada a exposições ocupacionais e depende da forma (vapor versus partícula), do tamanho da partícula, concentração e taxas de ventilação pulmonar (maiores em crianças e em estados de atividade física).

Cerca de 90% das partículas de chumbo presentes no ar são pequenas o suficiente para ficarem retidas no trato respiratório: as maiores (>2.5 μm) nas regiões nasofaríngea e traqueobrônquica e as menores nos alvéolos.

Enquanto as partículas menores são absorvidas diretamente para a corrente sanguínea de forma relativamente eficiente (30 a 40%), as partículas maiores podem ser transferidas para esófago (via transporte mucociliar) e depois deglutidas.

(ATSDR, 2007, Public Health Statement; ATSDR, 2007, Lead e ToxGuide For Lead; Klaassen, Curtis D., 2008; WHO-IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

via dérmica parece ser insignificante no que diz respeito ao chumbo inorgânico. No entanto, estudos demonstram que altas taxas de transpiração estão associadas a ligeiros aumentos das concentrações de chumbo absorvidas por esta via.

(WHO-IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

 

 

Chumbo orgânico

Compostos como o tetrametil-chumbo e o tetraetil-chumbo comportam-se como gases no trato respiratório e, por isso, são absorvidos pela via pulmonar de uma forma mais extensa que o chumbo inorgânico.

 

Pela via dérmica, o chumbo orgânico é altamente absorvido.

(ATSDR, 2007, Lead e ToxGuide For Lead; WHO-IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

 

 

 

 

Distribuição

 

A distribuição de chumbo no organismo ocorre de acordo com um modelo de três compartimentos: sangue, tecidos moles e tecidos mineralizados (ossos e dentes).

 

Sangue:

  • Tempo de semi-vida de 25-30 dias;

  • 99% do chumbo circula nos eritrócitos ligado à hemoglobina ficando apenas 1% da dose absorvida disponível para distribuição pelos tecidos moles.

 

Tecidos moles:

  • Tempo de semi-vida de cerca de 40 dias;

  • Tecidos moles com função de reservatório: fígado, rim, medula óssea e cérebro;

  • A deposição de chumbo no fígado é maior do que no cérebro, no entanto, no cérebro a taxa de penetração é tanto maior quanto menor a idade da criança.

 

Tecidos mineralizados - ossos e dentes:

  • Exacerbada por deficiência de cálcio;

  • No osso, a deposição de chumbo é semelhante à do cálcio e ocorre sob a forma de fosfato de chumbo terciário, assim, uma maior absorção de fosfato favorece a deposição de chumbo nos ossos. Pelo contrário, uma menor absorção de fosfato favorece a redistribuição do chumbo do osso para os tecidos moles;

  • O chumbo depositado nos tecidos mineralizados representa cerca de 94% do chumbo total no adulto e 73% em crianças (a fração de chumbo no osso aumenta com a idade) e reparte-se, maioritariamente, pelo osso trabecular e cortical. No osso trabecular o tempo de semi-vida do chumbo é de 2-8 anos e no osso cortical é de cerca de 25 anos. Esta diferença explica-se devido à elevada taxa de remodelação do osso trabecular.

  • O chumbo libertado nos ossos pode contribuir com até 50% do chumbo no sangue e é uma importante fonte de exposição endógena principalmente nos estados fisiológicos em que a reabsorção óssea está aumentada: durante a gravidez, lactação, menopausa e osteoporose.

(WHO, 2008,Children's Health and the Environment–Lead; Hardman J.G. et al 2001;Klaassen, Curtis D., 2008; WHO - IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

 

 

 

 

Metabolismo

 

O chumbo orgânico pode ser convertido no organismo (via desalquilação oxidativa) a chumbo inorgânico pelo sistema citocromo P450.

 

O chumbo inorgânico não é metabolizado mas pode ser conjugado com a glutationa (por via enzimática ou não enzimática via glutationa S-tranferase).

(Hunaitia et al, 2000; WHO - IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

 

 

 

Eliminação

 

Depois da ingestão, o chumbo inorgânico que não é absorvido pela via gastrointestinal é excretado nas fezes.

O chumbo absorvido é maioritariamente excretado na urina (ocorre reabsorção tubular) – excreção urinária – e bílis – excreção biliar.

 

A excreção do chumbo pelo suor, cabelo e unhas é possível mas de pouca importância.

(Klaassen, Curtis D., 2008; WHO-IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

 

 

Tempos de semi-vida:  

Sangue: 25-30 dias;

Tecidos moles: 40 dias;

Ossos:

Osso cortical: 25 anos;

Osso trabecular: 2-8 anos.

(Klaassen, Curtis D., 2008; Hardman J.G. et al 2001; WHO-IARC, 2006, Inorganic and Organic Lead Compounds)

 

 

Retenção de chumbo absorvido: menos de 5% nos adultos, 42% em crianças

(Klaassen, Curtis D., 2008)

 

 

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