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COMUNICAÇÃO DE RISCO

O chumbo é um metal que existe na natureza sob a forma de Chumbo Inorgânico (Pb0) ou Cumbo Orgânico (Pb4+). A exposição ao chumbo corresponde a, estimadamente, 0.6% da carga global de doenças, sendo que a maior expressão se encontra nos países em desenvolvimento.

O chumbo inorgânico pode ser encontrado em tintas, sprays e em esmalte de cerâmicas e o chumbo orgânico foi frequentemente utilizado como aditivo da gasolina (Klassen, Curtis D.; 2008).

O chumbo é encontrado naturalmente na crosta terrestre em níveis baixos, contudo a atividade humana como a exploração mineira, a metalurgica, a reciclagem do chumbo, o uso de chumbo nas gasolinas, tintas, tubagens, baterias, joalharia, cerâmica, soldagem, vidro e resíduos electrónicos contribuem para o aumento da exposição a este elemento (WHO, 2010, Exposure to Lead: A Major Public Health Concern).


 

 

 

O chumbo pode ser ingerido ou inalado e é distribuido no corpo humano para o cérebro, figado, rim, cabelo e osso. O chumbo é uma toxina crónica pelo que os seu efeitos adversos mais graves são geralmente observados apenas após a exposição a altas doses.

A exposição aguda pode causar perturbações gastrointestinais (anorexia, náuseas, vómitos e dores abdominais), dano hepático e renal, hipertensão e efeitos neurológicos (mal-estar, sonolência e encefalopatia), o que pode levar a convulsões e morte. A exposição crónica ao chumbo causa, frequentemente, problemas hematológicos, como anemias, ou problemas neurológicos como dor de cabeça, irritabilidade, letargia, convulsões, fraqueza muscular, ataxia, tremores e paralisia. Os efeitos no sistema reprodutor do chumbo no homem incluem a diminuição da contagem de espermatozóides e o aumento do número de espermatozóides anormais.

A probabilidade de consequências adversas da exposição ao chumbo é maior na criança do que no adulto pois na criança a ingestão de chumbo por unidade de peso corporal é mais elevada, a absorção gastrointestinal é superior e a barreira do cérebro ainda nao está totalmente desenvolvida pelo que os problemas neurológicos ocorrem em niveis mais baixos do que no adultos. O efeito mais critico nas crianças pequenas reflete-se no desenvolvimento do sistema nervoso, é esperado uma diminuição do quoeficiente de inteligência (QI) a partir de 5 ug / dl, sendo que quanto maior a quantidade de chumbo mais grave será a diminuição do QI. A exposição ao chumbo é tambem associada a outros problemas do forro neurológico como por exemplo transtorno de défice de atenção e agressividade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estimativa do decréscimo de QI dependente dos níveis de chumbo no sangue

(Pruss-Uston, A.; et al.)

           

A exposição de mulheres grávidas ao chumbo pode causar problemas como morte fetal, parto prematuro, baixo peso ao nascimento bem como outras malformações no recem-nascido (WHO,2010, Exposure to Lead: A Major Public Health Concern).                    

Segundo a IARC (The International Agency for Research on Cancer), o chumbo demontra algmas evidências de poder mutagénico. Assim os compostos de chumbo inorgânicos estão classificados como provavelmente cancerígenos para o ser humano, enquanto que os compostos de chumbo orgânico não podem ser classificados devido à falta de evidências na sua carcinogenicidade para os seres humanos (WHO, 2010, Exposure to Lead: A Major Public Health Concern).

                

A prevenção primária de exposição ao chumbo passa pela eliminação das possiveis formas de contacto com este elemento. Assim é recomendavel a adoção de certas medidas como:

  • Não utilizar tintas que contêm chumbo na sua composição

  • Eliminar o chumbo presente em edificios onde seja frequente encontrar crianças (escolas por exemplo) e em brinquedos tambem

  • Incentivar à troca de velhas canalizações que tenham chumbo

  • Adotar estratégias para evitar/eliminar a dissolução do chumbo das canalizações na água para beber e cozinhar

  • Não usar vidros e cerâmicas que contenham chumbo na alimentação

  • Identificar e eliminar o uso de chumbo na medicina tradicional e cosméticos

  • Ter especial cuidado com locais próximos de velhas minas, locais de reciclagem de chumbo ou qualquer terreno que ja tenha sido sujeito a uma contaminação de chumbo

  • Eliminar de forma gradual a utilização de aditivos de chumbo dos combustiveis em paises que ainda não o fizeram (Nelson, L.; 9ª edição)

 

 


 

ADULTOS 30 microgramas por 100 mL de sangue sem consequências

 

CRIANÇAS 10 microgramas por 100 mL de sangue

 

(Klaassen, Curtis D.; 2008)

NÍVEIS TÓXICOS

 

As reduções do teor de chumbo nas gasolinas, tintas, tubagens e solda resultaram em reduções substanciais dos níveis de chumbo no sangue. Em Portugal é proibido vender gasolina com chumbo desde 1 de julho de 1999 (Diário da República, 126, 31/05, artigo 2º).

No entanto, as fontes de exposição ao chumbo ainda permanecem, especialmente nos países em desenvolvimento pelo que é necessário continuar os esforços de modo a reduzir o uso do chumbo e a sua exposição ambiental e ocupacional com especial atenção para as crianças e mulheres em idade fértil (WHO, 2010, Exposure to Lead: A Major Public Health Concern).

 

 

 

 

 


 

RISCO DE EXPOSIÇÃO

CHUMBO INORGÂNICO

CHUMBO ORGÂNICO

Relação dos níveis de chumbo na gasolina e no sangue

(Pruss-Uston, A.; et al.).

© Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano letivo de 2013/2014 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião do Laboratório de Toxicologia da FFUP.

Declaração de Integridade

Os autores deste trabalho, Elsa Sousa (200601854), Paola Rocha (200807620) e Pedro Milheiro (200805391) , estudantes do MICF da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaramos ter atuado com absoluta integridade na elaboração desta monografia.

Nesse sentido, confirmamos que NÃO incorremos em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaramos que todas as frases que retiramos de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

 

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 29 de maio de 2014 

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